"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados". Mahatma Gandhi.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Animais de estimação e saúde mental

Segundo uma pesquisa publicada pela Associação Americana de Psicologia, animais de estimação podem servir como importantes fontes de apoio social e emocional não só para indivíduos que enfrentam desafios significativos para a saúde, mas também para as “pessoas comuns”. E, de acordo com o estudo, os donos eram tão ligados às pessoas importantes em sua vida quanto aos seus animais, indicando que não há evidências de que a relação com os animais veio por causa de problemas de relacionamento com outras pessoas.
Psicólogos da Universidade de Miami e da Saint Louis University realizaram três experimentos para examinar os benefícios potenciais do animal de estimação entre a massa de pessoas que eles denominaram “pessoas comuns”. Segundo o pesquisador Allen R. McConnel, PhD da Universidade de Miami em Ohio, durante o estudo foi observado que as pessoas que tinham animais de estimação tinham maior auto-estima, eram mais aptas fisicamente, menos solitárias, mais conscientes, mais extrovertidas, apresentavam tendências a ser menos medrosas e menos preocupadas do que aquelas que não tinham animais.
Até agora a maioria das pesquisas sobre os benefícios de animais de estimação foi correlacional, o que significa que olhou para o relacionamento entre duas variáveis, mas não mostra o que um causa ao outro.  Por exemplo, pesquisas anteriores mostraram que os pacientes idosos com animais de estimação tinham menos visitas de médicos do que pacientes similares sem animais de estimação, ou que os homens HIV-positivos com animais eram menos deprimidos do que aqueles sem.
Neste estudo, 217 pessoas (79 por cento de mulheres, com idade média de 31, a média de renda familiar anual de US $ 77.000) responderam pesquisas que visavam determinar se os donos de animais do grupo eram diferentes das pessoas que não tinham animais de estimação nas áreas de bem-estar, de personalidade e estilo de apego. Várias diferenças entre os grupos surgiram, e em todos os casos, os donos de animais de estimação eram mais felizes, mais saudáveis e mais equilibrados do que os não-proprietários.
Um segundo experimento, envolvendo 56 proprietários de cães (91 por cento dos quais eram mulheres, com idade média de 42 e renda média familiar anual de US $ 65.000), verificou que os donos de animais eram mais beneficiados quando seus animais de estimação eram notados por realmente fazem bem aos seus donos. Este estudo encontrou um maior bem-estar entre os proprietários cujos cães aumentaram seu sentimento de fazer parte, a auto-estima e existência significativa.
O último estudo, composto por 97 estudantes universitários com idade média de 19, descobriu que animais de estimação podem fazer as pessoas se sentir melhor depois de experimentar a rejeição. Indivíduos foram convidados a escrever sobre ocasiões em que se sentiram excluídos.  Em seguida, eles foram convidados a escrever sobre seu animal de estimação favorito, ou para escrever sobre seu melhor amigo, ou para desenhar um mapa do seu campus. Os pesquisadores descobriram que escrever sobre animais de estimação foi tão eficaz como escrever sobre um amigo quando o assunto era amenizar o sentimento de rejeição.
Segundo os pesquisadores, o presente trabalho mostra evidências consideráveis de que os animais beneficiam a vida de seus donos, tanto psicologicamente quanto fisicamente, servindo como uma importante fonte de apoio social.Considerando que os estudos anteriores se concentravam principalmente nos proprietários de animais que enfrentaram desafios significativos para a saúde, o presente estudo estabelece que também existem muitas conseqüências positivas para as pessoas comuns que possuem seu amigão de estimação.
Adaptado da revista ScienceDaily

domingo, 14 de agosto de 2011

História de um pai peixe

Espero que todos tenham passado um ótimo dia dos pais. Tenho uma história muito especial sobre paternidade, que mostra que os peixes podem também ter emoções e sentimentos.

Konrad Lorenz, pai da Etologia, que é o estudo do comportamento animal, em um de seus estudos observava os cuidados que um casal de peixes-jóia dedicava aos seus filhos. Ele e seus alunos observavam a limpeza do ninho, a oxigenação da água na presença de ovos ou recém-nascidos, a vigilância das pequenas crias, feita por ambos os cônjuges. Os filhotes reuniam-se no ninho por baixo da mãe e o pai procurava retardatários, os quais aspirava para a cavidade bucal e conduzia para o ninho, onde os cuspia cuidadosamente. Em um destes transportes, foi observada uma cena admirável. Pelo adiantado da hora, Lorenz queria logo acabar de alimentar os peixes. E assim fez, soltando pedaços de minhoca no aquário. Os filhotes já estavam recolhidos no ninho e a mãe vigiava sem afastar-se nem para se alimentar. O pai, que ainda procurava filhotes, distraiu-se da tarefa e apanhou um pedaço de minhoca, que no entanto era demasiadamente grande, e não conseguia engoli-lo de imediato. Enquanto mastigava, viu um filho perdido. Então aspirou o filho para a sua boca, que ainda se encontrava com comida. Os observadores ficaram estáticos para ver o que iria acontecer, não muito certos do destino do filhote. O peixe permaneceu igualmente estático, sem mastigar. Passados vários segundos, resolveu o problema. Despejou todo o conteúdo da sua boca, apanhou o pedaço da minhoca e engoliu-o sem pressa, observando o filho, que depois foi tranquilamente levado ao ninho para junto da mãe.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O problema de comportamento do meu cão é sempre culpa minha?


Atualmente divulga-se muito que o cão tem problemas de comportamento por causa do seu tutor*. Segundo a zoopsiquiatra argentina María Virginia Ragau, 80% dos problemas comportamentais estão relacionados à criação e ao ambiente, enquanto que 20% estão relacionados à genética.

É sabido que os animais domésticos passaram a desenvolver problemas de conduta com a domesticação e o convívio com os humanos fez com que muitos cães tivessem seus comportamentos normais alterados justamente pela falta de conhecimento por parte do homem em relação à natureza canina e suas necessidades.

Esta falta de compreensão, não só relativa ao cão, mas a muitas outras espécies que conosco convivem, está arraigada na nossa cultura e persiste a gerações. No caso dos cães, isso se deve também ao fato de que até mesmo no meio científico havia há algum tempo atrás a crença de que não havia muito a ser estudado sobre os cães e que não poderíamos aprender muito com essa interação.

Esta realidade tem mudado nas últimas décadas e sabe-se que o cão por estar convivendo no meio humano há tanto tempo é também outra porta de entrada (além dos primatas) para o conhecimento do comportamento humano e existem vários psicólogos estudiosos do comportamento animal que contribuem fortemente para o crescimento da área.

Apesar disto, ainda é muito corriqueiro ouvir adultos dizendo a crianças: ei,fica longe daí que aí tem cachorro! Enquanto na minha opinião deveria ser dito: Olha só, eu vou te mostrar o animal até onde é seguro, porque não conhecemos esse cachorro e você só deve se aproximar de um cão se um adulto conhecido estiver com você, conhecer o cão e te permitir fazer isso, porque nós não sabemos como o cão pode reagir, ele pode aceitar a nossa aproximação ou pode não gostar da nossa presença.

Outro dia fui levar meu filho pra vaciná-lo em um posto de saúde e uma mãe estava com sua filha pequena, que queria sair a explorar o lugar. A mãe falou o quê?  Essa dá pra adivinhar fácil.



* Sim, tutor. Hoje em dia muitos já estão abolindo as palavras Dono e Proprietário e utilizando as palavras guardião, companheiro ou tutor, e a justificativa é muito válida, visto que não devemos considerar outros seres vivos como sendo de nossa propriedade. Posse responsável também tem mudado de nome para Guarda responsável.