Espero que todos tenham passado um ótimo dia dos pais. Tenho uma história muito especial sobre paternidade, que mostra que os peixes podem também ter emoções e sentimentos.
Konrad Lorenz, pai da Etologia, que é o estudo do comportamento animal, em um de seus estudos observava os cuidados que um casal de peixes-jóia dedicava aos seus filhos. Ele e seus alunos observavam a limpeza do ninho, a oxigenação da água na presença de ovos ou recém-nascidos, a vigilância das pequenas crias, feita por ambos os cônjuges. Os filhotes reuniam-se no ninho por baixo da mãe e o pai procurava retardatários, os quais aspirava para a cavidade bucal e conduzia para o ninho, onde os cuspia cuidadosamente. Em um destes transportes, foi observada uma cena admirável. Pelo adiantado da hora, Lorenz queria logo acabar de alimentar os peixes. E assim fez, soltando pedaços de minhoca no aquário. Os filhotes já estavam recolhidos no ninho e a mãe vigiava sem afastar-se nem para se alimentar. O pai, que ainda procurava filhotes, distraiu-se da tarefa e apanhou um pedaço de minhoca, que no entanto era demasiadamente grande, e não conseguia engoli-lo de imediato. Enquanto mastigava, viu um filho perdido. Então aspirou o filho para a sua boca, que ainda se encontrava com comida. Os observadores ficaram estáticos para ver o que iria acontecer, não muito certos do destino do filhote. O peixe permaneceu igualmente estático, sem mastigar. Passados vários segundos, resolveu o problema. Despejou todo o conteúdo da sua boca, apanhou o pedaço da minhoca e engoliu-o sem pressa, observando o filho, que depois foi tranquilamente levado ao ninho para junto da mãe.
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